‘O setor ainda é bastante desorganizado’
![]() |
Marcelo Motta em sua biblioteca pessoal. |
Por Taninos & Afins
O economista e advogado Marcelo Motta é um empreendedor que
mantém seus pés bastante calcados na terra. Diga-se de passagem, que terra! Com
larga experiência no mercado financeiro, ou seja, alguém que entende muito de
números e do livre mercado, ele – ao lado da mulher, Sônia - transformou uma linda
fazenda adquirida na Serra da Mantiqueira há alguns anos, onde possui castanheiras e frutas regionais,
numa promissora vinícola: a Fazenda Portal da Luz. Dos 85 hectares do local, 3,5 são dedicados à plantação
de uvas para produção de vinho (a vinificação é terceirizada). Ele se beneficia das condições climáticas
locais para também realizar a poda invertida para colheita de inverno, com
resultados bastante positivos para a uva Syrah. Um amante da boa gastronomia, do
vinho, da arte e da natureza, nesta quinta-feira (27), a partir das 9h, ele dará uma palestra no
auditório do IFSP São Roque intitulada “O Vinho na Arte”, que, segundo ele
conta, surgiu em uma conversa de bar. Ao blog, ele falou de negócios, o que
acha do futuro da indústria do vinho brasileira, e não poupou críticas à
desorganização da cadeia e à famigerada burocracia. “O burocrata de Brasília
acha que o vinho feito em nossa casa é um problema de saúde pública”.
Taninos & Afins - O
tema de sua palestra no auditório do IFSP São Roque será "O Vinho na
Arte". De onde surgiu essa ideia?
Marcelo Motta - A
ideia surgiu de um bate-papo – com vinho, evidentemente – entre mim e um amigo.
Discutíamos, como acontece em conversas ‘profundas’ de botequim, quais teriam
sido as grandes bebedeiras da história. Mencionei algumas e mostrei quadros que
as retratavam, puxados no celular (ainda em 2G) da Wikicommons. Naquela
conversa, falamos de pisa, colheita, religião, barricas, tudo documentado com
imagens de obras de arte. Ao final, ele sugeriu que eu fizesse um apanhado
sobre o vinho na arte para uma confraria de que fazemos parte. Assim nasceu a
palestra - hoje já bem diferente da inicial.
T&A - Sua vinícola
Fazenda Portal da Luz é uma das pioneiras no ramo de vitivinícola na Serra da
Mantiqueira, não é isso? Conte-nos um pouco sobre a sua trajetória. Antes de
embrenhar-se no mundo do vinho, o que o senhor fazia?
MM - Deixe-me
começar pelo fim. Sou advogado e economista e tenho um pós-graduação no Brasil
em Direito Econômico e um mestrado no exterior em Direito Comparado. Trabalhei
32 anos em um grande grupo financeiro brasileiro, no qual cheguei a ser diretor
jurídico, e fui diretor da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e da Abecs
(Associação das Empresas Brasileiras de Cartões de Crédito e Serviços). Ainda
leciono Ética Corporativa em um conceituado curso de pós-graduação e mantenho
minha atividade advocatícia, assim como participo de órgãos colegiados de
empresas, especialmente as de uso intensivo de tecnologia. Como se vê, nada
ligado a vinho e uva. Em 2002, minha companheira de vida (Sônia Motta) e eu –
conhecemo-nos aos 16 anos, em 1974, e estamos juntos até hoje – compramos uma
área de terra em São Bento do Sapucaí, bem pertinho de Campos do Jordão (SP). Encantou-nos
a paisagem maravilhosa (a propriedade está em frente à Pedra do Baú e foi
incluída na obra Vignes et Terroirs – Splendeur des Paysages du Monde,
de Joël Rochard) e a existência de restos de reflorestamento de eucaliptos,
pinus e cedrinho. Mas recebemos um presente na aquisição: havia uma plantação feita
pelo antigo proprietário de castanhas europeias (ou castanhas portuguesas) em
produção, ainda hoje responsável por pagar uma parte importante das contas da
propriedade. Dedicamos alguns anos a reformas e construções, assim como à
melhoria do castanhal (as castanhas, hoje, têm tamanho e dulçor acima da média),
e ao desenvolvimento de produtos derivados de castanhas, como doces, farinhas
e, agora em fase de testes com diversos desenvolvedores, cerveja. Em meados de
2009, visitamos uma propriedade próxima à nossa, que tinha um hectare plantado
de uva para vinho. Ali conhecemos a professora Maritê Dal’Osto (enóloga e
professora do IFSP São Roque) – então uma menina entusiasmada, mas, acima de
tudo, uma pesquisadora, uma cientista –, que nos explicou a inversão da poda.
Fomos atrás do conceito e pareceu-nos viável, embora um pouco louco. Enquanto
olhei para o projeto de um modo frio, de possibilidades e vieses técnicos e
financeiros, minha mulher olhou com paixão (ela é uma psicóloga que virou chef
e fez vários cursos de vinhos). Em outubro de 2010, iniciamos o plantio de
nosso vinhedo (acho que a paixão venceu a razão; jamais discutam com bêbados,
loucos e apaixonados. risos).
T&A - Por que
decidiu investir nessa indústria?
MM - Sempre
pensamos em complementar a receita da castanha com algo mais. Chegamos a olhar
outras frutas, como atemoia e frutas vermelhas, como possibilidades para formar
um mix interessante para a geração de renda e para atração de turistas
que gostem da vida rural. Mas, sem dúvida nenhuma, nada se compara à atração
gerada por um vinhedo! As pessoas que se interessam por vinho gostam de passear
entre as fileiras de uvas, param para admirar os cachos, as plantas e o entorno
e perguntam sem parar. Isso não acontece com nosso castanhal ou com o nosso
pomar, que, depois de algum tempo, tornam-se desinteressantes para o visitante.
À época, quando percebemos a viabilidade técnica da uva para vinho na
Mantiqueira, partimos para entender quanto seria necessário dispor para o
projeto. Naquele momento, calcular qual seria o retorno do investimento era
praticamente impossível – acho que, de certo modo, essa dificuldade permanece.
A nossa percepção foi de que o risco era pequeno se comparado com o que um
vinhedo pode engendrar. Na pior das hipóteses, o produto seria um vinho ruim,
mas uma possibilidade de turismo muito boa. Felizmente, o nosso produto é bom e
se casa muito bem com os nossos outros produtos. A nossa próxima fase de
investimentos estará focada no enoturismo.
T&A - Há uma
brincadeira entre vinhateiros de que a maioria dos que se iniciam nesse
segmento começa lionária e se torna milionária" com o passar do tempo,
numa alusão de que se perde muito dinheiro nesse ramo de atividade. O senhor
concorda?
MM - Não.
Vou contar duas histórias. Tenho um conhecido que tentou produzir vinhos no Rio
Grande do Sul. Gastou uma fortuna tentando produzir vinho como o da Borgonha.
Evidentemente, deu com os burros n’água. Um amigo tenta, faz anos, produzir
uvas orgânicas para espumante no Paraná. Vi uma foto do cacho e só posso
chamá-lo de um esqueleto com bolinhas (risos). Em ambas as situações,
não se respeitaram o ambiente, o terroir, e desconsiderou-se não só a
ciência como também o bom senso. Além de tudo, desprezou-se a diversidade.
Vinho Borgonha é da Borgonha; no Rio Grande, faz-se outra coisa, com todos os
seus méritos. No Paraná, com a adversidade climática, pensar-se na produção
orgânica é muito arriscado. Em outras palavras, o que quero dizer é que plantar
uva e produzir vinho são, em primeiro lugar, uma atividade econômica, com seus
riscos, e, como quase todas, seu exercício tem de estar baseado em técnica e ciência.
Se a ciência não for seguida e respeitada, a atividade tem o seu risco
agravado. O heroísmo tem hora e lugar; fora deles, é tolice. Eu mesmo tive um
sério contratempo: em 12 de novembro de 2016, caiu um granizo devastador em
minha região. Perdi toda a minha produção de verão, com exceção de um pouco de
Pinot Noir, e tive comprometida minha colheita de inverno de Syrah, cujo
resultado foi de apenas pouco mais de duas centenas de garrafas da safra de
2017. Sinto os efeitos do granizo ainda hoje. O que aprendi com isso? Primeiro,
granizo daquela intensidade, embora raro, é (ou deveria ser) previsível;
segundo, percebi que não havia planejado com atenção o combate e a mitigação
dos riscos da atividade. A culpa não foi do clima, mas minha, que não previ o
clima ruim e não me planejei para diminuir o risco (por exemplo, antecipando a
cobertura habitual). Em resumo, acredito que a atividade é rentável, se usarmos
o conhecimento técnico e científico no seu limite e se planejarmos os controles
de riscos sem paixão.
T&A - Assim como o
senhor, há empreendedores voltando seus olhos para a Mantiqueira, com
investimentos, não só em vinho e, mas também em azeite. O senhor acredita que essa
região tem potencial para transformar-se numa rota do turismo enológico, a
exemplo de São Roque? Se sim, o que o leva a crer nisso?
MM - A
Mantiqueira é surpreendente! Além da uva para vinho e da azeitona, há na serra
uma produção impressionante de cafés, de diversos tipos e de alta qualidade,
frutas, como a atemoia e as vermelhas, a banana prata e o marmelo, a
mandioquinha e as castanhas, sem contar a ampla variedade de queijos e doces
típicos. Tudo isso gera interesse pelo turismo rural. Mas não se pode esquecer
que Campos do Jordão, hoje centro de turismo de estância climática, foi e
continua sendo um importante polo atrativo e irradiador de turismo para a
região. As cidades vizinhas, como São Bento do Sapucaí, Santo Antônio do Pinhal
e Pindamonhangaba, em São Paulo, e Gonçalves e Delfim Moreira, em Minas Gerais,
beneficiam-se desse atrativo, oferecendo turismo rural e gastronômico, além
daquele voltado aos esportes radicais e típicos de montanha. Mais ainda, tais
cidades mantêm o que Campos do Jordão perdeu, ou, de certo modo, nunca teve: a
vida campestre. A possibilidade de a região transformar-se também em uma rota
de vinhos de alta qualidade propicia uma feliz e rara oportunidade de conjugar-se
clima e paisagem à alta enogastronomia. E, mais importante de tudo, é que esta
conjugação está por ser desbravada. Os complexos que reúnam clima e paisagem
com culturas agrícolas e hospitalidade, folclore e artesanato são ainda raros,
quase inexistentes. O potencial, portanto, é extraordinário!
T&A - Sua vinícola
já está em produção constante ou o negócio ainda é incipiente?
MM - A
minha propriedade está com produção crescente. São um total de 85 hectares, com
3,5 voltados à plantação de uva. A produção sofreu com o granizo de 2016, mas
acredito que, com a área que temos plantada hoje, podemos chegar em nosso
objetivo de uma produção de 10 mil garrafas por ano em poucos anos.
T&A - Como já
mencionado, o senhor tem investido em ciclo invertido em sua propriedade.
Financeiramente é viável? Quais qualidades esse tipo de manejo propiciou ao
produto final?
MM - É
viável, mas os custos têm de ser levados com rédea curta, porque a inversão
exige estruturas de cobertura, de adubação e cuidados que, na cultura de verão,
não existem. Nós já fizemos vinhos de Syrah, Viognier e Cabernet Sauvignon no
ciclo de inverno. Sem dúvida, a mais adaptada ao ciclo invertido é a Syrah, com
produtividade bastante animadora e qualidade boa. A Viognier e a Cabernet
Sauvignon no ciclo invertido dão produtos excepcionais, mas a quantidade produzida
no vinhedo diminui bastante em relação ao ciclo normal. O ciclo de dupla poda
contribui para o aumento do teor alcoólico do vinho – ao redor de 14,5% – e
para uma estrutura complexa, potente e com adstringência um pouco acima do
normal. Falando de percepção (portanto, plenamente subjetiva), e não apenas dos
meus vinhos, acredito que os vinhos de colheita de inverno são mais aromáticos
do que os “normais”, com acentuação dos aromas secundários (da fermentação).
T&A - Reclama-se
muito de que falta união à indústria do vinho nacional. Por exemplo, não há um
banco de dados do setor, não há uma federação ou associação que organize
informações ou pleiteie políticas governamentais de fomento à cadeia, como
vemos em outros segmentos. Por que isso ocorre, na sua avaliação?
MM - É um
fato. O setor ainda é desorganizado, bairrista e, não poucas vezes, irracional.
Contudo, há projetos em andamento que podem, em um médio ou longo prazo,
reverter esta situação. A experiência que tenho com órgãos de classe mostra que
o que une entidades lógicas, como são as empresas, são as causas comuns, de
modo que elas procurem ser solucionadas em escala, com eficiência e um mínimo
de dispêndio de esforço e recursos, em benefício do setor. Uma grande empresa,
com muitos donos, acaba sendo gerida de forma que sua governança acomode os
conflitos internos, resultando em um vetor de decisão muito próximo do vetor de
decisão de sua concorrente direta. Isso não acontece, em geral, na empresa
vitivinícola, em sua maioria, familiar. Há um dono, ou uma família, com seus
valores e objetivos que, no mais das vezes, são diferentes dos valores e
objetivos das empresas concorrentes. A empresa, neste caso, é um prolongamento
da personalidade do dono. Por conseguinte, não há causas comuns, que coloquem
os vitivinicultores ombro a ombro. O mesmo se dá com as regiões produtivas. O
Rio Grande do Sul, por razões óbvias, domina o cenário brasileiro. O Ibravin
(Instituto Brasileiro do Vinho), em que pese todo o trabalho desenvolvido em
prol do vinho brasileiro, é dominado pelos vitivinicultores gaúchos. São Paulo
não tem uma entidade que congregue os produtores paulistas, e apenas um
município tem a representação da classe organizada, exatamente São Roque, com o
seu importante sindicato. Minas Gerais, como São Paulo, não tem também
representação de setor, e por aí vai. Como disse, há algumas coisas em
andamento. Existe a recentemente criada Câmara Setorial do Vinho e da Uva no
Estado de São Paulo (há também uma federal), mas ela não é uma entidade de
produtores, mas sim um fórum de debates e encaminhamento de proposições com o
governo do Estado. Já existem algumas conversas para a criação de uma entidade
estadual de produtores, sem participação do governo. Vamos ver como isso
caminha. Além disso, no ano passado, foi criada a ABDVIN (Associação Brasileira
de Direito do Vinho), com sede em Bento Gonçalves (RS), entidade científica
voltada para estudos e projetos na área de legislação do vinho. Ela pode vir a
ser importante referência para o aperfeiçoamento da legislação nacional sobre o
vinho.
T&A - O senhor sentiu
ou sente alguma dificuldade, no aspecto burocrático e outros, durante a
implantação de seu projeto?
MM - Muitas,
mas todas superáveis. Várias das questões dizem respeito à linguagem. Coloque
quatro pessoas para conversar: a enóloga, dois proprietários com diferentes
formações (um advogado e uma chef, com diferentes jargões) e um capataz
que tem de executar o que os outros três determinam, em geral em declarações
contraditórias... (como se diz, cachorro que tem muitos donos morre de fome risos).
Harmonizar isso tomou tempo. Depois, a experiência da uva é mais complexa que a
da castanha ou outras frutas do pomar. A uva é exigente e demanda uma atenção
muito maior. É uma fruta muito frágil, muito pouco rústica. É um ser bastante
mimado e precisamos nos organizar para dar todo o atendimento que merece. Finalmente,
a legislação. O legislador brasileiro, a título de regular as atividades
econômicas, costuma produzir as melhores leis do mundo, mas com standards
de comportamentos e exigências tão altos que tornam os objetivos da lei impossíveis
de serem alcançados. Infelizmente, o normatizador brasileiro raramente trabalha
com graduação, com atingir metas e objetivos pouco a pouco. A Lei do Vinho é de
1988, oriunda de um projeto apresentado pelo governo federal no início do
governo Sarney; é nítida a influência gaúcha no projeto. A lei não é ruim, mas
o Brasil é país que sofre da síndrome do controle. Tudo precisa ser controlado
e o exercício da atividade econômica depende de um registro em um órgão
qualquer; para esse registro ser realizado, deve-se cumprir tais exigências e
requisitos etc. etc. O mundo faz vinho há pelo menos 10 mil anos, mas o
burocrata de Brasília acha que o vinho feito em nossa casa é um problema de
saúde pública. Não sou contra o registro. Sou contra as exigências prévias, que
não permitem ao viticultor transformar-se em vinicultor sem enorme gasto de
energia e dinheiro, que pouco agrega na qualidade de seu produto.
T&A - Em relação ao
mercado consumidor, os produtores enfrentam basicamente dois desafios: fazer o
bebedor de vinho tradicional, que prefere os importados, passar a respeitar o
vinho produzido aqui; e tirar o público jovem da cerveja e levá-lo para o
vinho. Como, no seu entender, isso pode ser feito?
MM - Separemos
os dois públicos. O bebedor de vinhos traz na memória a qualidade do vinho que
produzíamos até os anos 1980/90. Reputação ferida é difícil de ser curada. O
vinho brasileiro não era bom e o que se fez em 30 anos foi notável. Mas a fama
permanece e passa entre gerações e se espalha. Deixar que a qualidade do
produto nacional se imponha ao importado é dar murro em ponta de faca, porque o
produto estrangeiro também evoluiu/evolui. Para isso, não vejo como resolver a
não ser por meio de marketing institucional, de cunho educacional. O
problema é que não temos instituição que organize a divulgação, em nível
nacional, de que a qualidade do produto brasileiro é, pelo menos, tão boa
quanto a do vinho estrangeiro. A isto se acresce a dificuldade tributária, que,
de certo modo, beneficia o vinho importado em detrimento do nacional, mas isto
é tema para muitos congressos e debates. Quanto aos jovens de hoje, a solução é
a mesma, do marketing institucional. Não me parece que seja necessário
tirar o público da cerveja, criando-se um ‘maniqueísmo alcoólico’, mas sim
mostrar que o vinho, em determinadas circunstâncias, é mais apropriado do que
outras bebidas e vira fonte de maior prazer. A juventude é mais ávida pelo
hedonismo do que os mais velhos, e uma campanha bem dirigida para a otimização
do prazer pode ter bom resultado. Outro ângulo diz respeito ao consumo do vinho
em casa, que tem de ser orientado pelo mais velhos. Meu primeiro contato com o
vinho foi aos 12 anos, quando meu avô me deu uma taça de vinho com um pouco de
água. Isso acontece em lugares onde o consumo de vinho é disseminado como
alimento, componente da mesa diária. Mais uma vez, acho que o caminho é o marketing
educacional.
Serviço: Para
marcar uma visita ao local, basta agendar via celular/WhatsApp: (11) 99616-2623
ou pelo e-mail: Marcelo_motta@uol.com.br
Parabéns Marcelo Habice da Motta, sucesso!!!!!!!
ResponderExcluirExcelente Marcelo! Quem gosta de vinho tem que experimentar os novos vinhos nacionais. Evoluímos muito.
ResponderExcluir